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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Eu acredito no jovem



Eu acredito no jovem
Existem pessoas que decidiram não envelhecer, apesar do tempo, das rugas, dos cabelos brancos e da visão turva. Existem jovens que mantiveram seus ideais intactos e levaram para a vida adulta, e até mesmo anciã, todos os seus sonhos, ideais e inspirações da adolescência, uma época em que “dói” crescer. Estes hoje são presidentes, médicos, esportistas, professores, comunicadores, pessoas que nos causam admiração e que se tornaram referenciais nacionais e internacionais
Mas olhando para os “cronologicamente” jovens, também percebemos que uma “nova safra” surgiu. Aliás, estas safras nunca deixaram de surgir. Porém, hoje, as drogas, a violência e, especialmente, a afetividade deturpada, tem sufocado esta geração, colocando verdadeiramente em risco esta juventude que sempre trouxe uma esperança aos problemas contemporâneos da humanidade. Se dermos uma passada em cadeias públicas ou de segurança máxima, unidades terapêuticas no combate e prevenção às drogas, casas de apoio ao soropositivo em fase terminal e em outros ambientes similares, veremos um quadro assustador. Muitos jovens inteligentes e cheios de dons estão ali, tentando não desistir dos sonhos e inspirações. Mas esses sonhos muitas vezes se transformam em pesadelos. Na mensagem para a XXV Jornada Mundial da Juventude, o Papa Bento XVI afirmou: “Apesar das dificuldades, não vos deixeis desencorajar nem renuncieis aos vossos sonho
É preciso um “levante”! É preciso que esses adultos que hoje decidem, formam opinião, ditam ritmos e velocidade da moda, do câmbio, das notícias e que não perderam seus ideais de juventude unam-se aos jovens que, por milagre, por boa educação familiar e religiosa, não se corromperam. É preciso que esses adultos façam algo realmente significativo, pois existem, ouso dizer, milhares e milhares de jovens que não desistiram desse desafio de mudar as faces distorcidas da sociedade.
Por onde passo, vejo o brilho nos olhos dos jovens. De um lado, vejo jovens de 18 anos servindo no Exército israelense, com suas metralhadoras penduradas no pescoço, enquanto degustam seus sanduíches, sorrindo e se abraçando. Do outro lado de um muro, que traz divisão, jovens palestinos. No fundo, todos querem paz. No Paraguai, vi jovens que, apesar de toda humilhação das gerações anteriores, por causa de uma guerra violenta, não desistem e querem ver o país com alta “autoestima”. Em tantos países, vejo jovens brasileiros morrendo de saudades de seu país, enquanto batalham por uma vida melhor.
Os jovens que rezam, que estudam, que lutam para se manter castos, que sonham, que honram os pais, que erram, que caem, mas, se levantam, que saem das drogas, que cantam, que dançam, que votam – são esses os jovens que têm o direito de errar tentando acertar, que precisam ser corrigidos e orientados por uma sociedade que precisa aprender a amar a juventude.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já declarou 2010 como o Ano Internacional da Juventude. Essa juventude pode mudar o rumo do mundo, da consciência ecológica, ética, política, sociológica e antropológica. É o jovem que pode, agora, tocar nisto e mudar o destino do planeta. As visões escatológicas, de fim de mundo, são baseadas no que muitos anciãos fazem por interesses pessoais e econômicos. Mas ao jovem o que interessa é viver, ter tempo para crescer. O jovem é o maior interessado em mudanças. Este é o momento para quem está vivo, e bem vivo, agir.
É muito difícil e triste imaginar jovens que não queiram viver. Se eles estão nas drogas, no crime, ou até mesmo na depressão, é porque os adultos não os valorizaram, não acreditaram que aquela criança ou adolescente teria a chance real de ser alguém que, nos planos de Deus, pudesse mudar o mundo. É assim que devemos pensar. Basta um jovem. Apenas um! E o mundo pode ser melhor.
Por causa de alguns homens, pessoas que não tiveram a chance de ser um bom jovem, o rumo da história e da humanidade eclipsou-se por um tempo. O que fará um adulto que na sua juventude não foi incentivado, educado com o bem, com religião, família, cultura, ciência, ética etc.? Está em nós pais, professores, educadores, padres, pastores e políticos a responsabilidade de formar e esperar “novos” Ayton Senna, Pitanguy, Ziraldo, Chico Mendes...
Se esses jovens estão hoje com 16, 17, 18 anos, nem sabem o que espera por eles. É nossa a missão de plantar, regar e colher. Que o Criador nos ilumine para não desistirmos de nós mesmos ao esquecer que um dia fomos jovens e que hoje, como adultos, podemos acreditar que a vida continua nos filhos que geramos e que são sem dúvida uma versão melhorada de nós mesmos. Eu acredito no jovem.
* Dunga é missionário da Comunidade Canção Nova, apresentador do programa PHN transmitido pela TV Canção Nova e locutor da Rádio Canção Nova AM e FM. É autor de quatro livros e já gravou oito CDs. Seus recentes trabalhos são o livro "Abra-se a Restauração” e o CD "Transfiguração”.
Por: Dunga
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Em nome do marketing.
Igreja evangélica organizada
como franquia torna-se o maior
fenômeno desde o surgimento
da Universal do Reino de Deus

Marcelo Carneiro
Raphael Falavigna
Culto do Evangelho Quadrangular: a quarta maior igreja do país adotou o modelo de células

O aumento do número de evangélicos no Brasil é um fenômeno. Em pouco mais de meio século, esses fiéis passaram de 3% para 15% da população brasileira, somando cerca de 25 milhões de pessoas. Nos últimos anos, uma parcela dessas igrejas tem adotado um novo e eficientíssimo modelo de expansão. Conhecido como igreja de células, funciona como uma espécie de franquia da fé, com forte apelo de marketing e truques que parecem tirados dos manuais de técnicas de venda porta a porta. O sistema se baseia na multiplicação do número de fiéis organizados em grupos de doze pessoas. Cada um desses grupos forma uma célula. A função primordial de cada célula é atrair fiéis em quantidade suficiente para gerar uma célula nova. Seguindo esse modelo, já foram implantadas no Brasil, nos últimos quatro anos, cerca de 30.000 novas igrejas, expansão só vista antes com o assombroso crescimento da Igreja Universal do Reino de Deus. O sucesso começa a incomodar as lideranças de duas das maiores denominações do país – a própria Universal e a Assembléia de Deus. A igreja de células, que reúne adaptações importadas da Colômbia e da Coréia do Sul, já é considerada uma das cinco maiores forças do meio evangélico.

O segredo do sucesso da "visão celular", como também é conhecida, está numa combinação infalível: o boca-a-boca entre os fiéis e um rígido controle de metas. Cada novo membro da igreja de células deve, no prazo de um ano e meio, tornar-se um líder e formar o próprio grupo de doze integrantes. Para isso, é orientado a arrebanhar fiéis entre parentes, colegas de trabalho ou de faculdade, exatamente como fazem os especialistas em venda direta. Outro ingrediente importante da receita são os encontros para evangelização e formação de líderes, geralmente cercados de sigilo. Em alguns dos encontros de fim de semana, os fiéis são recebidos com festa e fogos de artifício e mantidos incomunicáveis nas primeiras 24 horas. Eles também são instruídos a não contar nem aos parentes mais próximos o que é ministrado nas reuniões. Cria-se, então, a curiosidade, a fim de que outros fiéis também se sintam estimulados a participar dos próximos encontros. Marketing puro.

O modelo tem sido muito criticado pelas hostes rivais, que vêm perdendo não apenas fiéis, mas também valiosos dízimos. "Eles tentam fazer uma reengenharia do Evangelho, perseguindo o crescimento a todo custo", diz Silas Malafaia, pastor de uma das principais lideranças da Assembléia de Deus, a maior igreja do país, com quase 50% de todo o rebanho evangélico. É fato que a igreja de células não tem crescido apenas arrebanhando os chamados "novos crentes", mas fincando bandeiras no território alheio. No meio evangélico, essa estratégia é conhecida como "pescar no aquário". A expressão é usada quando uma nova igreja, em vez de tentar conquistar fiéis de religiões concorrentes, como católicos ou espíritas, busca adeptos de outras denominações evangélicas.

A questão é que essa estratégia é utilizada por boa parte das quase 1.000 denominações do tipo neopentecostais que existem hoje no mundo. "Se seu pasto não está servindo para sua ovelha, cuide melhor de seu pasto. Só nos critica quem não está crescendo", responde Valnice Milhomens, uma ex-pastora batista de 57 anos, intitulada apóstola da Igreja Mundial do Senhor Jesus Cristo, uma das mais agressivas na adoção do crescimento por células. Criada em 1994, com apenas quatro discípulos, a igreja de Valnice adotou o modelo em 1999, depois de uma visita a Bogotá, onde o pastor colombiano César Castellanos criou a estratégia dos grupos de doze fiéis, ou G12, que teriam sido inspirados no número de apóstolos de Jesus Cristo. Hoje, a Igreja Mundial, com sede em São Paulo, possui sessenta congregações em todo o país, além de filiais em Portugal, Moçambique, Suíça e Japão.

O que diferencia a igreja de células dos modelos tradicionais é, além desses aspectos, a ausência de lideranças com projeção nacional. Valnice Milhomens é um exemplo. Ela está longe de ser uma figura com a fama e o poder do bispo Edir Macedo, criador da Igreja Universal do Reino Deus, com seus 3 milhões de fiéis distribuídos por 138 países. No modelo celular, o crescimento se dá entre as franjas do meio evangélico, nos rincões do país. O maior exemplo de força da igreja de células vem de Manaus. Foi ali que o ex-pastor batista Renê Terra Nova conseguiu a façanha de, em um período de seis anos, fazer seu Ministério Internacional da Restauração pular de 2.000 para cerca de 30.000 fiéis. Com o sucesso, até denominações tradicionais já aderiram à novidade. Uma das principais é a Igreja do Evangelho Quadrangular, uma das quatro maiores do país, com 7.500 igrejas e quase 10.000 pastores responsáveis por um rebanho estimado em 2 milhões de fiéis. A expectativa é que, em um prazo de no máximo cinco anos, todo esse rebanho esteja rezando pela heterodoxa cartilha celular. Conclui a apóstola Valnice Milhomens: "O marketing é criação do homem e o homem é criação de Deus. Por que Deus não usaria o marketing para atrair mais fiéis?"

Fonte blog do Frank Mattos